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domingo, 4 de março de 2012

Feministas negras querem processar Biliu de Campina por racismo

Biliu de Campina


Por entender que há racismo na música “Antes que o mundo se acabe”, escrita pelo cantor e compositor Biliu de Campina, a organização não governamental “Bamidelê” quer processar o artista. Segundo afirmou a ativista social Mabel Dias, no programa “Alô comunidade” da Rádio Tabajara da Paraíba no sábado passado, a organização discutirá se cabe ação penal a ser movida contra o cantor por causa da música.

 “Bamidelê” é uma organização não-governamenta composta especialmente por feministas negras, com o propósito de promover impactos sociais, com projeto político de contribuir para a eliminação do racismo e do sexismo, assim como promover debates e ações que fortaleçam a identidade e auto-estima, sobretudo de mulheres negras.

O programa “Alô comunidade”, produzido pela Rádio Comunitária Zumbi dos Palmares, recebeu diversas ligações telefônicas de ouvintes comentando o fato, após a execução da música de Biliu de Campina e dos comentários de Mabel Dias e Daiane Dutra, Coordenadora da Casa Abrigo Ariane Thais, entrevistada no momento. O ouvinte Geraldo Figueiras, do Jardim 13 de Maio, em João Pessoa, ligou para lamentar a execução da música “em um programa que fala sobre a violência contra as mulheres”. Para ele, a canção de Biliu de Campina é “lixo musical e não deve ser tocado em rádio nenhuma, principalmente numa rádio pública como a Tabajara”. Já o ouvinte Jânio Lutero, de Cabedelo, acha que a música “tem realmente versos pesados e racistas”, mas não é favorável ao indiciamento do cantor. “Se fosse um artista de renome nacional, ninguém falaria em processo”, afirmou ele, dizendo-se fã do cantor. “O momento da execução da música é que foi errado”, afirmou Jânio.

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