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segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Equipe de pesquisadores finaliza novos estudos sobre as pedras do Ingá

A Pedra do Ingá, o maior mistério arqueológico rupestre do Brasil, está sendo mais uma vez estudado por uma equipe da Universidade Federal do Piauí comandada pela arqueóloga Conceição Lage (foto), contratados que foram pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico da Paraíba para efetuar pesquisas nas gravuras do painel principal da pedra, conhecidas como Itacoatiaras.

Segundo Conceição Lage, que chefia a equipe, o projeto se encontra na última fase de execução e em janeiro de 2014 já estarão disponibilizando informações e apresentando os resultados. O material arqueológico está sendo coletado no entorno do sítio de artes rupestres por quatro equipes especializadas, com apoio de técnicos da Universidade Federal de Pernambuco e geólogos de outras universidades, que estão analisando inclusive os microrganismos da área para um completo estudo, fazendo escavações e buscando informações na superfície, no intuito de levantar dados que ajudem na elucidação de quem e quando foram feitas as escritas das pedras no sítio de arte rupestre mais importante da Paraíba.

Para Conceição, as teorias até então concebidas não podem chegar a conclusões porque “era um mundo diferente há mais de dez mil anos”, e o que se pode afirmar é que os talhadores do Ingá provavelmente foram ancestrais dos nossos índios. Ela afirmou que o trabalho não pretende oferecer uma linha de interpretação. “Não procuramos provar o significado das escritas, mas tão somente oferecer subsídios para os pesquisadores que vierem depois”, disse ela, garantindo que já teve a oportunidade de estudar caracteres idênticos a alguns que se veem nas Itacoatiaras em sítios arqueológicos no Piauí e no Amazonas. “O ‘olho da coruja’, por exemplo, é um símbolo encontrado em muitas inscrições”, disse ela.

A Pedra do Ingá entrou para o RankBrasil em 2013 como o Primeiro monumento arqueológico tombado como patrimônio nacional. O sítio arqueológico está numa área privada que foi doada ao Governo Federal e posteriormente tombada em 30 de novembro de 1944 pelo extinto Serviço de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (atual IPHAN).

A pesquisadora informou que a Pedra do Ingá continua atraindo a atenção de estudiosos da Arqueologia, dando como exemplo vários doutorandos que estão atualmente na equipe do projeto e que optaram por este tema em razão do seu alto grau de mistério e interesse científico. “Temos aqui uma moça que é pesquisadora na Universidade Federal do Piauí e que iria focar sua tese de doutorado na Serra da Capivara, tendo escolhido, entretanto, trabalhar nas Itacoatiaras”, disse ela.

Os cientistas componentes da equipe agradeceram ao povo de Ingá pela acolhida, principalmente ao Vavá da Luz, Secretário de Turismo do Município. “Queremos ressaltar o apoio total que recebemos do senhor Vavá da Luz, um filho da terra que tem plena consciência do valor científico e até econômico desse sítio arqueológico e tudo tem feito para sua preservação e divulgação”, afirmou a doutora Conceição Laje.

Reportagem: Socorro Almeida

Ouça o áudio desta entrevista no programa “Alô comunidade” no dia 23 de novembro – 14 horas – Rádio Tabajara da Paraíba AM (10.110). Pela internet em tempo real:

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