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segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Filha de brincante dá continuidade à tradição cultural em Pilar


Ela se chama Ana Flávia da Silva e é filha de dona Nair, a idealizadora do Boi de Nair, agremiação popular que saía em todos os carnavais e durante a época natalina em Pilar, Paraíba. Com o falecimento de dona Nair, a filha procura dar continuidade ao folguedo juntamente com brincantes tradicionais como João Batista, o batedor do boi, Duro do Ganzá, Luan que é brincante dançarino, Gelson, o topador do boi e Lúcia Dias, pessoa da comunidade que dá apoio à brincadeira. “Era um desejo de minha mãe que o boi não morresse junto com ela, de levar a tradição, de sempre botar o boi na rua e cabe a mim manter isso vivo”, disse Ana Flávia ao repórter Evanio Teixeira, do jornal “Tribuna do Vale”.

O Boi de Nair apresentou-se pela última vez no dia 13 de dezembro de 2013 no 1º Cortejo de Boi Bumbá de Itabaiana, promovido pelo Ponto de Cultura Cantiga de Ninar como atividade do projeto “Cavalo Marinho do mestre Ciço”, da folclorista Jandira Lucena, com patrocínio do Fundo de Incentivo à Cultura Augusto dos Anjos – FIC, da Secretaria Estadual de Cultura. O Boi de Nair conseguiu o terceiro lugar no concurso, tendo sido elogiado pelo seu forte componente rítmico e observância à tradição do folguedo. 


As manifestações que têm o boi como figura central remontam à antiguidade, às festas de glorificação e exaltação do animal, com origens marcadas por uma forte presença religiosa. No Brasil, sua presença está fortemente ligada à força motriz utilizada na pecuária e nos engenhos de açúcar do Nordeste. Assim, surgem as representações simbólicas do boi aglutinando as influências ibérica, africana e indígena. Do norte ao sul do país, essa manifestação está presente, com diversos nomes. Na Paraíba e no Maranhão, é conhecida por Boi Bumbá. Apesar de serem figuras do ciclo natalino, os bois se transformam no Carnaval e dão um colorido especial à folia carnavalesca.

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