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domingo, 14 de junho de 2015

MOGEIRO

Estudantes são transportados sobre sacos de cimento e galões de gasolina



Meninos e meninas são transportados como mercadorias em cima de bancos improvisados de madeira, dividindo o pouco espaço com telhas, sacos de cimento, tábuas de madeira, pacotes de ração animal e até galões de gasolina. Esta é a realidade do transporte escolar em Mogeiro, com estudantes do sítio Amarelo, zona rural do Município, afrontando o Código de Trânsito Brasileiro e os direitos assegurados no Estatuto da Criança e do Adolescente, segundo reportagem do Correio da Paraíba de ontem, 13 de junho.

O suplente de vereador, João Caetano Dias, é o motorista da F-4000 que transporta os estudantes diariamente. A caminhonete tem mais de vinte anos de uso. “Na serra, só dá pra subir com uma 4x4, caminhão é proibido por lei, mas é o jeito”, disse ele. O prefeito, Antonio José Ferreira, justifica que o pau de arara é necessário. Segundo ele, o município gasta R$ 80 mil com transporte por mês e não recebe ajuda para melhorar o serviço. “No inverno, o acesso é horrível, não sobe nem carroça na serra. Temos 30% do território de relevo acidentado. Não sou irresponsável para colocar um ônibus para levar esses meninos, porque é inseguro. Para solucionar o problema só tenho um ônibus com tração nas quatro rodas para 23 comunidades rurais. Nossas escolas são referência em educação no Estado, o transporte é só um item que está faltando. Desde o começo, neste país tem pau de arara e nunca vai acabar”, justifica ele.

O Ministério Público e o Departamento Estadual de Trânsito (Detran) montaram um calendário de fiscalização do transporte escolar em 11 cidades. A reportagem tentou falar com a promotora de Justiça, Asna Carolina Coutinho, da promotoria de Educação do Estado, e com o Detran de Itabaiana, mas as ligações não foram atendidas.


Correio da Paraíba 

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