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segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Cidade de Pilar é referência nacional no programa Mais Médicos

Moradores de Pilar (PB) fazem prevenção do câncer de próstata e de gravidez indesejada com profissionais do Programa Mais Médicos



Pilar é um município paraibano localizado a 60km de João Pessoa, capital do estado da Paraíba. Antiga aldeia de índios Cariris e Coremas, é a terra natal do escritor José Lins do Rêgo e da cantadora de Cocos e Cirandas Odete de Pilar. Com uma população estimada em 11 mil habitantes pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o município conta com 2 médicas cubanas do Programa Mais Médicos. Sonia Espinosa Corvea, que atende a população da área urbana e Senia Santesteban Figueredo que atende a zona rural do município.
Além de especialista em Medicina Geral e Integral (que no Brasil é conhecida como Medicina de Família e Comunidade), Sonia Corvea tem também pós-graduação em Geriatria. Ela dá expediente na Unidade de Saúde da Família de Cruzeiro, no centro de Pilar. “Este tipo de trabalho é integral, é um tipo de medicina comunitária. Fazemos prevenção e promoção dos serviços médicos. Trabalhamos nas comunidades para modificar modos e estilos de vida. Não é fácil, mas eu gosto de desafios”, diz.
Sorridente, expansiva e afável, Sonia conquistou os moradores da região urbana do município. Rogério da Costa, paciente da médica cubana, é só elogios: “Quando ela não está aqui, está no outro posto lá em cima. Ela está sempre atendendo a população da cidade, sempre com cuidado, com um sorriso, dando atenção a todo mundo”.
O jeito amável e cuidadoso foi a arma da médica em novembro do ano passado quando, pela primeira vez, 34 homens moradores da cidade com sintomas urinários concordaram em realizar o exame de toque retal. Sonia se engajou na iniciativa Novembro Azul, uma campanha de conscientização dirigida à sociedade e aos homens sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de próstata e de outras doenças masculinas.
“De todos os que vieram, doze deram positivo, e todos já foram encaminhados para urologistas, com diferentes tipos de tratamento: cirúrgico, citostático e com comprimidos. Agora que já fiz na minha área de abrangência, se puder eu vou estender a campanha para toda a cidade de Pilar”, conta.
O coordenador da atenção básica do município, Jankanderson da Costa, diz que havia muita necessidade de médicos compromissados com a carga horária e com o atendimento. “A gente tinha médicos que só vinham trabalhar dois ou três dias. Esse programa só veio a beneficiar a população brasileira e, especialmente, a nossa população pilarense”.
Na zona rural, médica cubana faz palestras sobre planejamento familiar e inserção de DIUNo distrito de Curimatau, a 10km do centro de Pilar, Senia Santesteban Figueredo trabalha o dia todo, fazendo em média 30 atendimentos de manhã e 30 à tarde. A médica cubana chegou à comunidade em março de 2014 e, no princípio, a população estranhou: “Eles estavam acostumados a uma medicina consumista. Não estavam acostumados a promoção, prevenção, a ser tocado por um médico. A cadeira ficava lá longe. Se estavam com gripe, queriam antibiótico. Queriam que a consulta fosse rápida. Eles estavam acostumados a que o médico em uma hora fizesse assistência de dez, quinze pessoas, e a gente trabalha de outro jeito. A gente faz medicina de família, medicina primária”, explica.
À medida que foi colocando a demanda em dia e que a população local passou a conhecê-la, Senia iniciou a promoção de encontros sobre planejamento familiar e a inserção do dispositivo intrauterino, o DIU. Método contraceptivo reversível e temporário, o DIU é um objeto de plástico revestido de cobre, colocado no interior da cavidade uterina. Tem ação espermicida, impedindo que o espermatozoide chegue ao óvulo. Pode ficar até cinco anos dentro do corpo da mulher. Sua eficácia contra a gravidez é de 99,6% e, os efeitos colaterais podem ser o aumento do sangramento menstrual, da duração da menstruação e da incidência de cólicas1.
Janieide Tavares conta que soube da novidade através de amigas que já tinham colocado o dispositivo com a médica cubana. “Eu marquei a consulta e vim me informar. Ela falou que eu tinha que menstruar primeiro para poder colocar, que o método tinha mais vantagens que o anticoncepcional, aí eu gostei”.
Já Maria do Socorro tomava pílula anticoncepcional, mas conta que sempre esquecia. “Quando fiquei sabendo, eu vim. Primeiro tive uma consulta, ela me informou tudinho sobre o DIU. Aí eu decidi colocar”.
“Esse programa, de trazer médicos de fora para o Brasil foi maravilhoso. Não desfazendo dos médicos do Brasil, que são bons também. Mas os cubanos serviram muito para os municípios, para as cidades mais pobres, para as cidades mais simples, que precisam de médicos realmente”, afirma Rogério.
O Programa Mais MédicosO Mais Médicos é um Programa de saúde lançado em 08 de julho de 2013 pelo Governo Federal, cujo objetivo é suprir a carência de médicos nos municípios do interior e nas periferias das grandes cidades do Brasil.

Médicos brasileiros tiveram prioridade em preencher as vagas do programa. As vagas remanescentes foram oferecidas primeiramente a brasileiros formados em universidades no exterior e em seguida a médicos estrangeiros, que trabalham sob uma autorização temporária para praticar Medicina, limitada à provisão de atenção básica de saúde e restrita às regiões onde serão direcionados pelo Programa. 
A OPAS/OMS no Brasil estruturou uma série de reportagens sobre o Programa de Cooperação Técnica Mais Médicos. A cada edição, será apresentado um vídeo mostrando a experiência do programa em alguma região do país. 
Fonte: OPAS/OMS 

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