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terça-feira, 29 de novembro de 2016

Vereador de Ingá propõe mudança de nome de rua que homenageia matador de escravos


O vereador Vinicius Bacalhau, de Ingá, está propondo a mudança do nome da Rua Ludovico de Melo Azedo, por considerar que se trata de homenagem a uma pessoa marcada pelo assassinato de escravos “da forma mais cruel”. De fato, a história registra que Ludovido era um produtor de algodão de Ingá, proprietário da fazenda que depois ficou conhecida como “Mata negro”, tocada por escravos. Conforme registro de depoimentos de pessoas da época, o fazendeiro mandava queimar os negros velhos e doentes que não mais serviam para o trabalho. A violência desses atos ainda permanece viva na imaginário do povo do Ingá, conforme o historiador Alexandre Ferreira, autor do livro “Ingá, retalhos de história, resquícios de memória.”
Para o vereador Bacalhau, “esse desatinado e crudelíssimo senhor é lembrado em nome de rua, o que considero uma afronta porque ele cometeu crimes contra a humanidade”.

O professor Jandui também acha que o nome de Ludovico está “associado a uma página obscura e triste da história do município”. Ele propõe homenagear o Padre João Rodrigues de Melo, o Frei Canela, “que no seu martírio vinha preso de Fortaleza para Recife e passou em Ingá, caminhando por essa rua”. Roberto Justino disse que “é típico do Brasil, lembrar com honra pessoas geotescas e cruéis e esquecer de homens bondosos e ilustres.


No portal de Vavá da Luz, o leitor Azevedo não concorda com o projeto do vereador Bacalhau, por entender que “tem muitos projetos sociais que o legislativo pode propor, e não mudar nome de rua. Vamos nos preocupar com a seca, com a fome do povo, com a realidade local”, diz ele.

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